domingo, 27 de novembro de 2011

Embalagens


Não sou sempre flor. Às vezes espinho me define melhor. Mas só espeto os dedos de quem acha que me tem nas mãos.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Insanidade



- Qual é a maior loucura que você faria por amor ?

- Amar já não é loucura demais ?

É claro - que tá tudo escuro


A:Bons amigos?
B:Mais do que amigos.
A:Menos do que amantes.
B:Menos drama.
A: Mais amor.
B: Mais paciência.
A: Menos indecisão.
B: Menos…
A: Menos?
B: Mais.
A: Agora?
B: Depois…
A: Depois vai ser diferente.
B: Se depois fosse óbvio, você não estaria aqui.
A: E se eu for embora?
B: Não seja tão óbvio.

Scarline

Você dizia que tudo que eu escrevia não fazia sentido e aí nós brigávamos. Você saía de casa e voltava uma semana depois, me pedindo desculpas. Um dia você chegou cansado e eu, como sempre, estava escrevendo. Passou seus olhos sobre aqueles rasbiscos e veio com aquela mesma história de sempre, a do “não faz sentido.” E então você voltou para a casa de sua mãe. O tempo passou e quando eu já havia parado de escrever, encontrei todos aqueles rasbiscos sem sentidos jogados dentro de uma gaveta. Li tudo que ali estava escrito, ele tinha razão, nada tinha sentido. Nós nunca tivemos sentido, estavamos juntos por falta de opção. E aí ele voltou, arrependido. O livro queimava na lareira. “Agora tudo faz sentido” sussurrou em meu ouvido. “Não, nada nunca fez sentido, era tudo sobre você, e você nunca fez sentido para mim.” Ele então tirou um pequeno livro do bolso e jogou junto ao meu . “Se eu nunca fiz sentido para você, tudo bem. Saiba que você sim deu sentido à minha vida, e eu não a quero sem você. Eu também escrevia sobre você, eu amo você.” Celou seus lábios nos meus e deu-me um beijo, de despedida. Estava acabado, as palavras que nunca fizeram sentido, agora queimavam, lado a lado e, mais uma vez, eu o vi sair pela porta da frente, dessa vez para sempre, o que não fazia sentido.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Nada de poesias, realidade.


Estava voltando daquele mesmo curso de inglês ao qual minha rotina seguia, em no meio do caminho, já dentro do meu condomínio, me deparei com uma menina com imensos cachos no cabelo. Me lembrou à minha infância. Até que, ela parou, não tinha percebido que eu estava lá, e pegou uma daqueles dentes de leão, o colocou contra o peito e o soprou. Isso me deu uma sensação boa, aquela menina similar a mim na infância, parada com aqueles restos da planta branca perambulando pelo vento. Eu também costumo a fazer aquilo até hoje. Aliás, hoje mais cedo o fiz. Era a minha infância se misturando ao futuro. E, se parar pra pensar, aquela criança que um dia fomos não nos perdoaria se nos visse hoje, cada vez mais ocupados e apressandos, crescendo nesse mundo injusto dos adultos.

Cres(ser)


E mais uma vez, as palavras daquela mente transtornada retornam. Mas desta vez, se prestar bem atenção na alma de cada letra ( o que quase nunca fazem ), perceberá algo que, talvez não seja muito do nosso fetio, aliás, do fetio da sociedade. Idade, mente. Que a gente nunca nota, isso é, mas, quem sabe com a pureza daqueles textos, daquelas palavras, se toquem do que realmente estejam fazendo e saiam da realidade, pra entrar no meu, no seu mundo (que por mim, é muito mais real ). Mas não. Fazem com que tudo, exatamente tudo, seja sistemático. É o simples acordar, estudar, comer, dormir, estudar, dormir, acordar. Se torna EXATAMENTE um ciclo. Sem pontos ou pausas, continua, vai, continua. Você não é escravo disso que chamam de sociedade ? Pois então, continue. Minhas palavras não vão te fazer parar, não devem  te fazer parar. Quem tem que escrever sua própria canção é você.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Labirinto interno


Estava quebrada em pedaços tão frágeis quanto ela. Considerava um azar estar viva. Sua dor a distanciava de qualquer realidade, não se minimizava com nenhuma morfina, sangue ou lágrima. Ela fingia comandar sua vida. Queria controlar a entrada da sua tristeza, tão devastadora, tão permanente. Lutava contra seu caminho e a pressão em parecer estruturada. Não se explicava, caso houvesse alguma tentativa de desmendar seu vazio, ele triplicaria. Se perdeu dentro de si, sem possibilidades de ser salva.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Lagrimas da alma

Tive a certeza que nosso coração gosta sempre daquele que nos despreza. Sempre achei que o coração era masoquista, mas tive a certeza disso. O coração gosta de sentir dor, me entende? Gosta de amar quem não o ama. Quer ser amado? Ignore, despreze. O coração gosta do desprezo. Gosta daquilo que não tem.