quarta-feira, 13 de julho de 2011

Desamor

Alma, eu lamento tanto por estares assim, isolada dentro de mim, ferida e sombria. Eu choro por tua causa, eu choro pelo que causas em meu físico. Não faças isso. Não deixe meus olhos sem brilho, não faça com que meus lábios fiquem pálidos, não deixe minha face serena demais. Não quero que os outros vejam o quanto estou destruída e mutilada por dentro, através de meu rosto. Alma, não acabe comigo por fora. Grite, chore, adormeça, mas em meu interior. Eu não posso e não devo deixar de viver. Entendas, a culpa foi minha, mas no momento não é. Eu não tenho culpa de estares presa aqui dentro. Eu não tenho culpa! Meu cérebro ainda está vivo e meu coração ainda bate. Quando ambos pararem, estaremos livres, alma. Estaremos felizes e quem sabe, curadas. Eu lamento por estares tão doente e apagada. Não posso pedir à luz que me abrace. Sabes muito bem, algo bom não pode abraçar algo ruim com recheio doentio. Alma, imploro teu perdão significativo demais para alguém insignificante. Alma, cure-se, por meus batimentos, ainda, vivos. Alma, não grites. Alma, me concerte por fora. Alma, adormeça e não proporcione mais dor, ou simplesmente assopre as feridas profundas que encontram-se dentro de mim. Assopre as feridas que causastes com teus arranhões e socos de desespero. Alma, durma até que eu morra por fora. Durma até que possamos deixar absolutamente tudo para trás. Durma, enquanto alguém não vem nos buscar. Durma, enquanto o pesadelo e a dor nos cercam.

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